sexta-feira, março 31, 2006

Duas experiências em Madrid

quinta-feira, março 30, 2006

Histórias Falsas


Histórias Falsas - Gonçalo M. Tavares

“Descia Mercatore umas pequenas escadas quando deparou com o filósofo, pobremente vestido, sentado no chão, contra a parede, a comer lentilhas.
Arrogante, mais do que era seu costume, cheio de vaidade pela riqueza que ostentava, e pelo estômago farto, disse, para Diógenes:
– Se tivesses aprendido a bajular o rei, não precisavas de comer lentilhas.
E riu-se depois, troçando da pobreza evidenciada por Diógenes. O filósofo, no entanto, olhou-o ainda com maior arrogância e altivez. Já tivera à sua frente Alexandre, o Grande, quem era este, agora? Um simples homem rico?
Diógenes respondeu. À letra:
– E tu – disse o filósofo – se tivesses aprendido a comer lentilhas, não precisavas de bajular o rei.”

São nove histórias falsas que aproveitam personagens histórias, mais ou menos conhecidas. Do Teles que passava a vida a olhar o céu e um dia tropeçou e caiu num poço, até o irmão de Empédocles (o filósofo do acaso) que andava com os pés descalços para sentir a terra, passado por Romeu o Julieta que conseguem ter um fim ainda mais dramático.

Gosto de lentilhas...

quarta-feira, março 29, 2006

Hotel Room – Edward Hopper


Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid

“Maior do que a dor
foi a ausência
com que te habitaram
os olhos cercados
de solidão
na sombra das horas

O futuro a crescer
nas ruas gastas da memória”
Domingos Galamba

Solidão! É da cabeça curvada, é dos sapatos ao acaso. Um quadro sobre solidão. Quando a solidão da tela se transforma na nossa solidão.

segunda-feira, março 27, 2006

La clef des champs - Magritte


Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid

‘The painter seems to wish to reveal that what we saw through the window was not a real outside landscape, but rather an image painted on the glass.’

Para mim é o sonho que se cola à realidade, um reflexo de existência que se estilhaça com o vento, uma pedrada, um galho caído, o despertar. São os fragmentos de sonho que acredito pertencerem à realidade.

quarta-feira, março 22, 2006

Uma música

Ele, “é impossível ouvir esta música... correr para te abraçar surge de repente como algo absolutamente imprescindível e obsessivo.”

Ela, “Eu danço descalça, fecho os olhos e estou no último andar do número nove da rua do correio velho, em cima do tapete onde nos amámos pela primeira vez.”

terça-feira, março 21, 2006

Tarde Mundial da Poesia

Devias estar aqui rente aos meus lábios
Para dividir comigo esta amargura
Dos meus dias partidos um a um

Eugénio de Andrade

Manhã Mundial da Poesia

Porquê esta ansiedade ao
virar da página
se ninguém é passível de se
esconder entre as
folhas de um livro

Valter Hugo Mãe em “Três minutos antes de a maré encher”

segunda-feira, março 20, 2006

Chegou

domingo, março 19, 2006

A Casa de Papel


A Casa de Papel - Carlos Maria Domingues

“Amiúde é mais fácil desfazermo-nos de um livro do que obtê-lo. Ligam-se a nós num pacto de necessidade e de esquecimento, como se fossem testemunhas de um momento das nossas vidas ao qual não regressaremos.”

Lê-se de um trago, uma história de obsessão e loucura. Os livros, para quem gosta de livros, muitos livros, tantos livros, não deixam espaço para mais nada, só livros.

“E que deseja o desejo? (...) encontrar o seu limite.”

quinta-feira, março 16, 2006

Nascimento, n. O primeiro e o mais terrível de todos os desastres.

Dicionário do Diabo